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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Contos sobrenaturais - Meu amigo imaginário.


Oi gente =D

Tô aqui de novo com mais um conto que eu escrevi o/
É outro conto sobrenatural... Não que eu vá ficar escrevendo só contos sobrenaturais aqui u_u' apenas tive essa ideia...
Esse conto envolve um certo mistério... A pessoa precisa raciocinar um pouquinho pra entender ^^ não que isso signifique que seja difícil -q

Enfim... Espero que vocês gostem =D



 Meu amigo imaginário.



“Eu fiz um amigo imaginário. Não que eu não goste das crianças reais, mas é que elas não gostam muito de mim. Nunca me chamaram para brincar com elas, não conversam comigo e sempre me ignoram. Então, eu criei esse amigo para mim. O nome dele é Henry, é uma criança da minha idade e tamanho. Mas diferente de mim, ele tem a pele muito pálida, cabelos loiros quase brancos e olhos azuis bem claros, como duas pequenas piscinas. Parece um pouco com um fantasma. 

Henry é muito legal e divertido. Conversa comigo algumas vezes, mas na maior parte do tempo não precisamos nos comunicar um com o outro. Eu apenas faço gestos ou aponto pra onde quero ir, e ele corresponde fazendo um sinal positivo com a cabeça. 

Resolvemos brincar no parque, foi muito divertido! Henry me empurrou no balanço e eu o empurrei em seguida. Brincamos no gira-gira e no escorregador. Só não deu para brincar de gangorra, claro... Porque Henry não é de verdade, logo, mesmo que eu fizesse esforço, não conseguia fazer a gangorra ir para baixo ou para cima. Então, nos contentamos em brincar apenas com os outros brinquedos. 

A tardinha, nossa mamãe veio nos buscar...

Eu digo “nossa” mamãe porque minha mãe também entra nessa brincadeira. Sempre na hora do lanche ela leva ao nosso quarto dois pratos de sanduíche e dois copinhos de suco e os coloca na mesinha, um para mim e outro para Henry. Na hora de dormir dormimos em um beliche, que pertencia às crianças que moravam antes na casa, eu durmo no beliche de cima e Henry no de baixo. Mamãe chega e da boa noite para os dois e um beijo em cada um. Depois apaga as luzes e fecha a porta.
Fico feliz em ela ter aceitado Henry, e não achar estranho o fato de eu ter criado um amigo imaginário. Mamãe é mesmo uma ótima pessoa.
Acho que ela sabe que é apenas uma fase... E de qualquer modo, eu também sei. Um dia Henry vai ter que ir embora, pois eu vou acabar me esquecendo dele. Mas não estou preocupado quanto a isso, só aproveito os dias brincando com ele enquanto posso.

Hoje mamãe e papai nos levaram até a praia! Foi muito divertido, eles quase nunca nos levam, então quando eu vou tento aproveitar bastante o tempo! Eu até havia me esquecido de Henry. Deixei-o sentado embaixo do guarda-sol, ao lado de papai e mamãe (que ficaram deitados nas toalhas, se bronzeando), enquanto eu ia brincar. 
Corri pela praia sentindo a fina e quente areia batendo nas solas dos meus pezinhos, procurei por conchinhas das mais variadas cores e formas, pulei algumas ondas e vez ou outra quase me afoguei... Acabei engolindo um monte de água salgada. 

Em todas as vezes eu voltava feliz para perto de mamãe e papai. E lá estava Henry. Assim que me avistava, ele olhava dentro de meus olhos e soltava um grande sorriso. Eu sorria de volta.
Por mais que eu soubesse que Henry não era real, me senti um pouco egoísta por estar o abandonando ali para me divertir sozinho. Por isso resolvi passar o restinho do dia só com ele!
Sentei ao seu lado e juntos ficamos fazendo castelinhos de areia. Depois eu o convenci a ir para o mar. Mamãe me disse: “Passe bastante protetor, querido!”.
Mamãe é muito boba às vezes! Eu sei me cuidar bem, já tinha passado bastante mais cedo. Mas de qualquer forma, eu e Henry resolvemos passar mais um pouquinho, só para garantir.
Então, corremos para a água e nos divertimos muito brincando juntos. 

Já de tardinha, ouvi o grito de mamãe: “Querido! Hora de voltar!”. 
Pegamos nossos baldinhos e pazinhas e entramos no carro.
Foi um excelente dia. Perguntei a Henry se ele ficava triste de eu tê-lo abandonado mais cedo, mas ele disse que não se importava. Disse que ficava feliz de eu ter me divertido e era isso que importava. 
Bom, isso faz sentido... Afinal, Henry é apenas meu amigo imaginário. 

 O resto dos dias foi passando normalmente. Eu e Henry sempre fazíamos tudo juntos, e quando eu e meus pais saíamos, eu o levava sempre comigo. Caminhávamos sempre de mãos dadas. 
Muitas vezes ficávamos acordados até tarde da noite contando histórias arrepiantes. Claro, sem mamãe saber. 
Tudo ia correndo muito bem e eu era bastante feliz...

Porém, com o tempo fui enjoando do Henry.
Muitas vezes preferi brincar sozinho, ou sair para explorar em volta da casa. Mas sempre que eu queria Henry de volta, ele estava lá, sorrindo para mim como sempre. 


Mas um dia, uma coisa horrível aconteceu.

Acordei em uma manhã de outono e vi que grande parte das coisas havia sumido! Ficaram apenas os moveis que já pertenciam a casa antes, da antiga família. Fiquei muito assustado e corri para o quarto de mamãe e papai. 
Quando cheguei lá senti um frio imenso no estomago... 

O quarto estava completamente vazio.

A cama de papai e mamãe tinha desaparecido, a única coisa que restara era um antigo móvel encostado na parede. Desci as escadas correndo e em todo o resto da casa a situação era a mesma: Cômodos vazios, apenas móveis antigos. E o pior é que mamãe e papai não estavam em lugar algum!
Já estava desesperado quase chorando. 
Corri para a porta da frente e tentei abrir, mas estava trancada. Tentei o mesmo com todas as outras portas e janelas, mas nada.
Comecei a chorar e gritar. Chamei por mamãe e papai. Gritei por socorro.

Nada...

Corri de volta para meu quarto e me cobri completamente. Estava tremendo.
Esperava que esse pesadelo acabasse e que mamãe e papai voltassem...


Os dias foram passando e eles ainda não voltavam.
Eu não comia nem bebia, mas apesar disso não sentia fome...
Só queria mamãe e papai de volta.


Não faço ideia de quantos dias se passaram... Perdi completamente a noção do tempo! 

Mas...

Essa tarde eu ouvi um barulho de porta abrindo e risadas entrando pela casa.
Meu coração acelerou... Será que mamãe e papai voltaram pra me buscar??
Corri depressa para fora do quarto, mas quando cheguei à escada percebi que aquelas pessoas que haviam entrado eram completamente estranhas.
Quem elas eram? O que estavam fazendo invadindo minha casa? 
Fiquei muito bravo! Imediatamente corri em direção à elas, gritando a todos meus pulmões para que elas fossem embora. 
Graças a Deus elas me obedeceram, correram sem nem olhar para trás, entraram no carro e se foram.

Mas as coisas não melhoraram... 
Em outras ocasiões mais pessoas estranhas tentaram entrar na casa, e em todas elas eu gritava para que elas fossem embora, e elas iam.
Não quero essas pessoas estranhas aqui dentro. Quem sabe o que elas podem fazer comigo.

Estou assustado... Quero minha mamãe e papai de volta... Por que eles se foram sem me avisar? Por que me abandonaram?
Não consigo mais pensar em nada... Só consigo chorar e me sentir sozinho... Mas eu nunca vou deixar essas pessoas estranhas entrarem na minha casa!

NUNCA!”


...

...

...

“Meu nome é Henry Collins, tenho 36 anos. Hoje estou viajando a negócios para minha antiga cidade, local onde nasci e passei boa parte da minha infância. Resolvi passar em frente a minha antiga casa, apenas pela nostalgia...
Estranhamente ela se encontra da mesma forma que meus pais haviam deixado quando nos mudamos naquele dia de outono, só está um pouco gasta com o tempo. 
Ninguém mais quis morar nela, não entendo muito bem por que... Afinal, é uma boa casa. 
Boatos dizem que as famílias que tentaram se mudar se assustaram com uma espécie de espírito as mandando ir embora.

Que ridículo! 

Espíritos...
Passei anos nessa casa e nunca aconteceu nada de fora do comum. Foi alias uma ótima infância. Eu era uma criança bastante solitária e quase não conseguia fazer amigos, claro... Mas fui muito feliz de qualquer maneira.
Tenho uma vaga lembrança de ter criado um amigo imaginário para mim... Não lembro o nome dele ao certo... Só sei que era uma criança de minha idade e tamanho. Acabei o esquecendo após a mudança, pois entrei pra escola e fiz amigos reais, não me preocupava mais com essas bobagens de amigos imaginários...

Bem, melhor eu deixar esse assunto para lá. Isso já foi há vários anos. 
Acho que vou sair debaixo desse sol... Ele incomoda pessoas com a pele muito pálida, como a minha...”



10 comentários:

  1. Demorei um pouco pra entender, mas... tipo...

    Um era amigo imaginário do outro, comofaz???!11 -q

    Achei mó dorgadão =D

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    1. Sim, um achava que o outro era seu amigo imaginário... E na verdade era uma criança real e um espirito kk

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  2. Wow...
    Eu entendi na hora (Sem ler o comentário da Giu u.u)
    Ótimo conto,como você tem tanta criatividade? lol

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  3. Eu Também achei meio dorgado mas daora.
    Eu tinha um Amigo imaginario chamado Pizza na Bochecha , ele me dava pizza pra comer , mas eu era um puto de um faminto e acabava com a pizza dele :(
    (OBs ele tinha cara de Pizza e bochechas humanas , e não um humando com pizza nas bochechas , eu sei , eu devia usar crack naquela época)

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  4. Ohhh ótimo Math! Adorei, você escreve muito bem =D

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  5. Quando eu tinha 7 anos eu tinha uma amiga imaginária chamada July.Quando eu já tinha esquecido dela com uns 10 anos slah...eu descobri que na minha casa morava uma garota chamada Julia que morreu de infarte com 7 anos .-. ela era ruiva que nem a July D= e lá se foram 6 meses de Terapia :3

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  6. Ficou um conto muito foda mor =3 !!! Eu nem imaginava que no final, o garotinho é que era irreal.... E o cara é só um garoto pálido enfim... muito bem escrito, e a forma que você contou o texto em 1 pessoa e uma linguagem informal-infantil se encaixou muito bem no personagem, continue assim =>!

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  7. Nossa, esse conto foi um dos melhores que já li.
    Mas, tenho uma pergunta vaga: Como um espírito pode comer e beber? -q
    Fora isso a História está ótima, Parabéns! =]

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    1. Bom... Eu tenho amigos espíritas, e eles dizem que as vezes pode acontecer de um espírito não saber que morreu, algo assim... Aí ele meio que vive uma "vida", que ele acha ser a vida dele real, mas na verdade não é, não sei bem como explicar -q Mas ele podia achar que estava comendo, só que na verdade não estava, era meio que a "imaginação" dele, já que ele achava que tava vivo e fazia tudo aquilo... Espero que dê pra entender o3o -q

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