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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Contos sobrenaturais - A "coisa"

Oi gente =D trago pra vocês o meu primeiro conto do blog ^^

Esse conto não é bem de terror, então ele não dá medo o3o quer dizer, pelo menos o propósito dele não é dar medo kk mas sim... Ser algo sobrenatural ou fazer pensar.

Bom, espero que vocês gostem -q Eu ainda vou escrever contos que sejam mais sombrios e tal... Mas por enquanto, fiquem com esse conto :B




A "coisa".


   "Eu nasci com a saúde muito frágil. Por isso meus pais sempre me trataram de uma forma diferente da qual eles trataram meus irmãos. Eles eram super protetores comigo. Não me deixavam brincar na rua, me machucar muito ou me sujar demais... Vivi minha infância praticamente trancado dentro de casa.
Apesar da super proteção que meus pais me davam, eles não tinham muito tempo pra mim. Você sabe... Pra brincar comigo, contar histórias e coisas assim, pois viviam sempre ocupados.
  Como eu já mencionei antes, eu tinha a saúde muito frágil. Por conta disso, grande parte das lembranças que tenho da minha infância são de mim deitado em uma cama, em estado febril. Minha mãe vinha me visitar constantemente, às vezes me trazia alguma coisa (um gibi da turma da Mônica, um doce que ela tinha comprado na volta do trabalho, coisas assim) e checava minha temperatura. Ela vivia preocupada comigo, mas apesar disso, ela não podia largar o trabalho ou sua vida agitada.

Então... Essas eram as poucas lembranças que eu tinha.

Vocês podem pensar que são lembranças normais de alguém cuja saúde foi bem fraca... E, bom... São sim.
Porém, o motivo de eu estar escrevendo esse relato é que eu tenho algumas lembranças a mais.
Hoje em dia eu já sou adolescente, já estou bem próximo de atingir a maioridade, por isso vivo me perguntando o que são essas lembranças que eu tenho da infância... Será que são apenas sonhos malucos, causados pela minha mente infantil perturbada pela doença? Talvez tenha sido isso... Mas o mais estranho é que todas essas lembranças são exatamente apenas de vezes em que eu fiquei doente, e elas têm algo em comum.

A essa altura você não deve estar entendendo nada, não é? Mas calma... Vou começar desde o início...

   A primeira vez que eu acho que isso aconteceu... Não me lembro exatamente que idade eu tinha, talvez uns oito anos mais ou menos. Essa é a época mais antiga da qual eu consigo me lembrar, o resto pra mim é quase como um grande borrão.
Nessa época eu andei bem doente, não sei direito como ou porque eu fiquei daquele jeito... Só o que me lembro é de ficar, pela primeira vez, deitado em uma cama de hospital internado. Aquilo era assustador para mim, principalmente nas horas que minha mãe não podia estar comigo por algum compromisso muito importante, e eu era obrigado a ficar apenas com a companhia das enfermeiras.
Então, durante uma noite da qual minha mãe não estava, eu me sentia bastante exausto. Já haviam apagado as luzes do quarto em que eu estava, que na minha memória era um quarto bastante pequeno.
Fiquei com muito medo e queria minha mãe ali do meu lado.
Foi quando achei ter visto alguma coisa...

O que eu vi não sei dizer, exatamente nessa parte minha memória sempre fica meio embaçada. Apenas lembro de ficar muito fraco e eventualmente pegar no sono. Já minhas memórias do dia seguinte são bem claras. Lembro de minha avó chegando, pois minha mãe ainda não podia vir. Minha saúde havia melhorado bastante e logo mais eu já poderia sair do hospital, isso era muito bom! Mas por algum motivo... Eu queria escapar de lá naquele dia.
   Ficava dizendo para minha avó que estava com medo, que queria sair dali, mas ela respondia que ainda não era hora e tentava me acalmar.
Por mais que ela me perguntasse o que havia de errado, eu não conseguia dizer... Talvez estivesse com muito medo para contar, apenas me lembro que chorava bastante. Então ela começou a cantar musicas e contar historinhas, até minha mãe chegar. Isso me acalmou bastante.
Mais tarde eu esqueci o ocorrido.

 Esse episódio do hospital é meio confuso, eu sei... Mas mais tarde aconteceriam outras coisas na minha vida, que talvez tivessem alguma ligação com isso.

   A segunda coisa da qual consigo lembrar, eu devia ter por volta dos 11 anos. E, como vocês já devem esperar, também foi em uma época em que eu fiquei doente.

Dessa vez não foi algo muito grave como da outra. Não precisei ir pro hospital nem nada, apenas passava meus dias deitado e comia bem pouco, devido ao mal-estar causado pela febre.
Isso aconteceu também em uma noite, quase de madrugada... Olhei para o relógio e deviam ser umas 2 da manhã. Não estava conseguindo dormir bem, havia vomitado e tinha dores no corpo, por isso só ficava revirando na cama, fazendo o máximo pra pegar no sono.
Depois de muito revirar, o sono foi chegando lentamente... Fechei meus olhos e tentei relaxar.
Foi quando eu SENTI.

Isso mesmo. Pode parecer estranho, mas eu senti que tinha alguém no meu quarto. Era como um ser humano, talvez? Não sei dizer ao certo... Apenas tinha impressão de que a ‘coisa’ caminhava de um lado para o outro pelo meu quarto inteiro. Então, ela parou ao pé da minha cama e ficou por ali.
Fiquei bastante confuso, afinal... Não devia ter ninguém lá, todos estavam dormindo. Devia ser apenas impressão, e nesse momento eu não sabia se conseguia sentir ainda a presença da ‘coisa’ ou não, mas de qualquer jeito estava com bastante medo para abrir os olhos.
Me encolhi na cama e fiquei lá, petrificado.
Então uma voz, que parecia vir de dentro da minha cabeça... Como se fossem meus próprios pensamentos, mas com certeza eu não estava pensando nada daquilo, disse algo como:

‘Você não tem muito tempo, precisa se despedir daqueles que ama...’.

Após isso, fui ficando cada vez mais exausto, como se estivesse prestes a desmaiar, então caí no sono.

Na manhã seguinte eu estava normal, não me lembrava do que tinha ocorrido na noite anterior. Mais tarde, fazendo minha vida normalmente, comecei a me lembrar de um tipo de ‘sonho’ maluco que eu tive. Quando tive a sensação estranha de não ter sido apenas um sonho.
Não consegui dizer se realmente tinha sido ou não, era como se eu estivesse acordado o tempo todo, mas estava tão exausto que, pra mim, eu havia tido uma alucinação ou coisa do tipo.
De qualquer forma, aquilo tudo me fez pensar... E isso ficou martelando na minha cabeça por um bom tempo...

‘Você não tem muito tempo’

Tendo sido um sonho ou não, isso que a ‘coisa’ me disse havia incomodada um pouco.

Mas, como tudo que acontece na nossa vida, com o tempo eu fui esquecendo desse assunto.

   Vivi normalmente meus 11 anos, nessa época minha saúde havia melhorado bastante. Eu consegui fazer alguns amigos e ter a permissão de brincar na casa deles às vezes. Foi a melhor época da minha infância, mas claro, sempre tinha meus pais se preocupando com minha segurança.

  Aos 12 anos, entrei em férias escolares. Foram férias bastante divertidas, pois na época meu pai também pegou férias do trabalho dele e me levava pra passear muitas vezes. Foi em uma dessas vezes que mais algo aconteceu.
Nesse dia eu estava começando a ficar doente, mas achava que não seria nada muito sério. Meu pai precisava ir ao banco para fazer alguma coisa, então pedi para ele me levar.
Infelizmente no meio do caminho meu estado foi piorando... Quando chegamos ao banco, eu não estava quase me aguentando em pé. Ele achou melhor cancelar o que ia fazer e me levar pra casa. Pegamos um ônibus, meu pai estava meio bravo por eu ter insistido em sair com ele, mas a essa altura ele não podia fazer mais nada.

  Chegamos em casa. Passei pela sala, indo em direção ao meu quarto. Enquanto andava, avistei com o canto dos olhos alguma espécie de forma grande e estranha em cima do sofá. Pensei que fosse algo que meu pai tivesse deixado lá para guardar depois, mas não lembro de ele ter deixado nada antes da gente sair.
Então, quando me virei de novo para olhar, a ‘coisa’ havia desaparecido. No mesmo instante senti minha pressão baixar.
Senti que ia desmaiar então me joguei contra a parede, procurando algum tipo de apoio... Minha visão começou a embaçar e escurecer. Isso durou alguns segundos, quando voltei a recuperar minhas forças e consegui chegar ao meu quarto, onde me joguei na cama.

Aquilo tinha sido bastante estranho... Mas o mais estranho é que... Eu me lembrava daquela sensação que eu senti...
Como eu podia me lembrar de algo assim?

Claro!

Das vezes do hospital e de quando eu tinha 11 anos... Quando eu vi ou senti ‘coisas’ estranhas, e logo depois disso me senti exausto e adormeci.
Era a mesma sensação, mas a diferença é que dessa vez eu não poderia dormir ali no meio da sala em pleno dia... Por isso busquei algo para me segurar e recobrar as forças.


  O resto da minha infância até os meus 13 continuou da mesma forma. Em outras ocasiões eu tive alguns episódios parecidos, eu estava prestes a dormir, quando enxergava com o canto dos olhos ou sentia a mesma coisa que senti naquela noite dos meus 11 anos... E em todas elas acontecia algo em comum: Eu me sentia bastante exausto logo em seguida, o que me deixava sem ter certeza se o que acontecia havia sido real ou apenas alucinação.


  Quando entrei na adolescência eu ainda me lembrava dessas coisas que ocorriam. Mas aos poucos elas foram parando de acontecer.
Fiz muitos amigos e com vários conversei sobre isso. Alguns achavam que podia ser algo sobrenatural, enquanto outros tinham certeza de que era normal ter ilusões estranhas quando se está muito doente.
Apesar de tudo, eu mesmo nunca procurei uma explicação que me convencesse... Tentei esquecer de tudo e viver minha vida normalmente.
Confesso que essas coisas, quando ocorriam, me deixavam bem assustado na hora. Mas nunca me incomodei com elas.

  O tempo foi passando, até chegar aos dias atuais. Talvez eu tivesse com uns 16 ou 17 anos, não sei ao certo. Eu já havia esquecido completamente sobre tudo isso, nem comentava mais com ninguém. Esse tipo de coisa nunca mais acontecera e talvez nem fosse mais acontecer...

Pelo menos, isso era o que eu achava.


Foi em um dia qualquer. Eu andava meio gripado, mas nesse dia em especial havia brigado com meu melhor amigo, por isso estava muito chateado. Brigamos no meio de uma noite, logo em seguida fomos cada um dormir.
Devido à briga eu estava me sentindo mal e custando a pegar no sono, ficava revirando na cama.
Quando finalmente o sono chegou e eu quase dormi... Você já deve imaginar o que aconteceu.
Aquela sensação voltou! E foi exatamente a mesma sensação que eu senti aos meus 11 anos. Uma estranha presença, que eu nunca sabia dizer se era humana ou não, começou a ir e voltar pelo meu quarto. Exatamente da mesma forma que antes. E ela parou também no mesmo local: ao pé da minha cama, como se estivesse me observando... Lá, parado...

Só que dessa vez fiz algo diferente...

...

Eu resolvi olhar.

   O que eu vi é difícil de descrever... Era uma figura com forma humana, porém muito alta. Não dava para ver o rosto, muito menos se a ‘coisa’ possuía um rosto. Era como um grande borrão, não podia dizer ao certo se ela estava ali ou se eu estava tendo uma miragem. Ficava apenas parado, eu sabia que oque quer que fosse estava me observando.

Por mais que aquilo fosse uma visão fora do comum, estranhamente eu não sentia medo. Pra dizer a verdade, eu estava completamente sem emoções. Não sabia como reagir, nem o que pensar, apenas ficava paralisado olhando para aquela coisa.
Foi quando percebi que, mesmo se eu tentasse, eu não poderia me mexer. Estava paralisado. Nem fechar os olhos eu conseguia mais.
Então, da mesma forma que antes, a coisa começou a falar. E disse exatamente a mesma coisa que ela havia me dito há alguns anos:

‘Você não tem muito tempo, precisa se despedir daqueles que ama...’.

Logo depois ela desapareceu, e eu consegui voltar ao normal.
Diferente das outras vezes, dessa vez quando ela sumiu, eu não desmaiei e nem fiquei fraco. Apenas abri completamente os meus olhos e fiquei olhando em volta do quarto, procurando uma resposta.
Meu quarto estava normal, não havia nada de errado. Então fechei os olhos e dormi.

O dia seguinte foi um dia comum e o resto dos dias também.
Eu nunca mais voltei a ver ou sentir essa mesma coisa. Claro que, durante minha vida, eu já senti e vi várias outras coisas estranhas e bastante sinistras, mas não era essa mesma ‘coisa’. Essa de quando eu tinha 11 anos.
O mais estranho é que, em todas às vezes da minha infância em que eu a senti ou enxerguei com o canto dos olhos, apenas em duas vezes ela falou comigo. E nas duas vezes disse o mesmo.

  Vocês podem se perguntar como eu sabia, em todas as vezes em que essa situação estranha se repetiu, que o que eu enxergava ou sentia era essa mesma coisa, e não uma outra diferente, já que apenas na última eu olhei para ela.
Bem... Eu realmente não sei dizer como, mas eu sabia. Eu sentia que ela estava ali, e em todas essas situações em que eu fiquei doente ela me acompanhou. Só isso... Eu apenas sabia.


  Agora que a ‘coisa’ se foi, eu fico me perguntando sobre o que foi tudo isso.
Mesmo que tenha sido apenas um sonho recorrente, parece que de alguma forma ela queria me passar uma mensagem.
Mas eu não consigo entender oque isso significa... Não sei o que ela quis dizer com ‘eu não ter muito tempo’.
Realmente, temos certo tempo aqui nesse mundo. E quando nascemos, todos esperam que ele seja longo e duradouro.
Mas... Muitas vezes as coisas não saem como planejadas, afinal, não podemos saber o dia em que vamos partir, não é mesmo?

Se a coisa realmente existiu e quisesse me alertar sobre algo, não sei se eu fico preocupado com isso ou não.
De qualquer forma, eu tento viver minha vida da melhor forma possível e faze-la valer a pena.

Porque é isso que todos devemos fazer, não é mesmo?

Afinal, você não tem muito tempo..."

10 comentários:

  1. Eu achei desde a primeira vez que o troço apareceu que ele ia morrer =l e desde o começo do texto eu lembrei de você, porque tinha saúde fraca o.o -q

    Tipo, eu não fiquei com medo, mas tô com uma sensação estranha =[
    Seilá kk acho que vou morrer =3
    Ou não k

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  2. Gostei, passa uma boa mensagem. Não temos muito tempo...

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  3. Muito bom (Y)
    E eu também lembrei de você quando li a parte da saúde fraca O.o

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  4. Quando terminei de ler,eu olhei pro lado .-. deu medin -qn

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  5. Não curti muito o final D:
    Achei que o monstro ia matar ele ou os pais dele, daí seria mais daora -q

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  6. Li essa história depois de você morrer, me chatiei um pouco aqui. :\

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    1. Mas no texto que o Zara publicou no Face do Math,
      ele fala que isso realmente aconteceu com o Math.

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  7. q historia hein, deu medo!

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  8. eu passo pelo mesmo problema,quando eu estou sozinho,la pra noite,eu vejo um vulto passando perto de mim,foram 3 vezes,indo pra fora de casa,sem usar a porta,subindo as escadas e no meu quarto,sentado numa estante,meu vô,que é espirita diz que isso é um dom,ai eu respondo que nao quero esse dom mesmo.(agora muito menos)

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